Livros para download gratuito

Também tenho interesse em livros brasileiros, e vou, aos poucos,
compartilhando com vocês.

Encontrei no IG - http://www.ig.com.br/paginas/novoigler/download.html
- Mais de 200 livros da literatura brasileira, portuguesa e universal
para você clicar e ler aqui mesmo ou para fazer um download gratuito.

Aqui, na Biblioteca Virtual, os livros são gratuitos, basta estar
logado e clicar sobre o link. Os arquivos est�o em .RTF (formato
aceito pelo word ou wordpad), compactados em formato .ZIP.
http://www.estudantes.com.br/bib_virt.asp

O site fornece diversos livros que já estão em domínio público, isto é
cujos autores já morreram há mais de 70 anos. São 2000 títulos.
http://livroseafins.com/download-baixar-livros-gratis/

Universia é uma rede bem legal e tem vários livros também, de
Shakespeare a Pero Vaz de Caminha -
http://www.universia.com.br/cultura+/cultvox.jsp

Livros para baixar de graça, além de literatura brasileira, tem bons
livros de autores estrangeiros escritos em português –
http://www.benderblog.com/livros-para-baixar-de-graca/

Livros Clássicos, Resenhas e Biobibliografias - Download Gratuito -
http://www.culturabrasil.org/download.htm

Esse também é bem bacana - http://www.ebookcult.com.br/

Além dos títulos brasileiros, o site também disponibiliza ensaios
literários, resumos, biografias... bem interessante -
http://vbookstore.uol.com.br/resumos/index.shtml

Alguns títulos se repetem, mas tem outros que só aparecem em alguns
sites. Vejam esse também -
http://www.coladaweb.com/download-de-livros

Outro site com títulos que podem interessar -
http://ebooksbrasil.org/nacionais/index.html#naespuma

Achei o site http://www.culturaacademica.com.br/ que disponibiliza
vários livros acadêmicos.

Esse tem vários livros, mas a maioria é em inglês, infelizmente...
Dica: Quanto mais eBooks, melhor: etwist.net - Vale uma visita -
Inscrição grátis, livros idem. Boa leitura!

Livros super interessantes - http://www.eusouluz.iet.pro.br/bibliotecaluz.htm

Coleção Aplauso - 170 livros estão disponíveis em .txt. ou .pdf. Há várias biografias disponíveis – Mazzaropi, João Batista de Andrade, Fernando Meirelles, Fernanda Montenegro, Gianfrancesco Guarnieri, além de roteiros comentados de filmes como Estômago, Cabra Cega e outros. www.aplauso.imprensaoficial.com.br

Neste blog você pode ter acesso às bibliotecas digitais - blog http://ebookpress.wordpress.com/

Consórcio ibero-americano lança coleção de livros eletrônicos sobre ciências da comunicação
Fonte: Cátedra UNESCO/UMESP de Comunicação – www.metodista.br/unesco

Por fim, 28 livros sobre mídias sociais, comunicação e web 2.0 para
download<http://www.blogmidia8.com/2010/06/15-livros-sobre-midias-sociais-e-web-20.html>

Que tal se aprofundar um pouco mais no mundo das mídias sociais e da
internet? Abaixo listei 15 e-books (a lista sempre irá crescer com a ajuda
de vocês) em inglês e português que abortam esses temas. É só você clicar no
nome da obra para fazer o download da respectiva publicação direto da página
do Blog Mídia8! no *Issuu <http://www.issuu.com/midia8>* ou em outros
lugares da web em que o material está disponível. Boa leitura!

Na língua dos gringos (inglês)

01. The New Rules Of Viral
Marketing<http://issuu.com/midia8/docs/viralmarketing>
(David Meerman Scott)

02. Podcast Marketing eBook
<http://issuu.com/midia8/docs/podcastmarketing> (Christopher
Penn)

03. Social Web Analytics <http://issuu.com/midia8/docs/webanalytics> (Social
Web Analytics)

04. Masters Of Marketing <http://issuu.com/midia8/docs/mastersmkt> (Startup
Internet Marketing)

05. Get Viral Get Visitors <http://issuu.com/midia8/docs/getvisitors> (Stacie
Mahoe)

06. Geeks Guide To Promoting Yourself With
Twitter<http://www.geekpreneur.com/wp-content/uploads/2008/06/twitter_book_geekpreneur.pdf>
(Geekpreneur)

07. The Zen of Blogging <http://issuu.com/midia8/docs/blogging> (Hunter
Nutall)

08. A Primer In Social Media <http://issuu.com/midia8/docs/primer> (Smash
Lab)

09. SEO For Wordpress Blogs <http://issuu.com/midia8/docs/seo> (Blizzard
Internet)

10. The Essential Guide To Social
Media<http://www.scribd.com/doc/3283966/The-Essential-Guide-to-Social-Media>
(Brian Solis)

Na língua dos outros gringos (espanhol)

01. Comunicación Multicultural em
Iberoamérica<http://issuu.com/midia8/docs/comunicacaomulticultural>
(José Marques de Melo)

02. Marketing e
comunicación<http://www.livroslabcom.ubi.pt/pdfs/sixto-garcia-marketing-2010.pdf>
(José Sixto García)

03. Retórica en la empresa: Las habilidades
comunicativas<http://www.livroslabcom.ubi.pt/pdfs/maria-del-mar-comunicacion-2009.pdf>
(María del Mar Gómez Cervantes)

Na língua dos brazucas (português)

01. Como escrever para a web<http://issuu.com/midia8/docs/comoescrevernaweb>
(Guillermo Franco)

02. O que é o virtual?<http://issuu.com/midia8/docs/o_que__o_virtual_-_pierre_lvy>
(Pierre Lévy)

03. Jornalismo 2.0: como viver e
prosperar<http://issuu.com/midia8/docs/jornalismo2>
(Mark Briggs)

04. Web 2.0: erros e acertos<http://issuu.com/midia8/docs/web2erroseacertos>
(Paulo Siqueira)

05. Para entender a internet <http://www.blogger.com/goog_251181350>
<http://issuu.com/midia8/docs/entenderainternet>(org.
Juliano Spyer)

06. Redes sociais na internet
<http://issuu.com/midia8/docs/socialmedia> (Raquel
Recuero)

07. Televisão e realidade <http://issuu.com/midia8/docs/televisao> (Itania
Gomes)

08. Autor e autoria no cinema e televisão<http://issuu.com/midia8/docs/cinema>
(José Francisco Serafim)

09. Comunicação e mobilidade <http://issuu.com/midia8/docs/commobile> (André
Lemos)

10. Comunicação e gênero: a aventura da
pesquisa<http://issuu.com/midia8/docs/genero>
(Ana Carolina Escosteguy)

11. Conceitos de Comunicação
Política<http://www.livroslabcom.ubi.pt/pdfs/correia-conceitos-2010.pdf>
(org. João Carlos Correia)

12. O Paradigma Mediológico: Debray depois de
Mcluhan<http://www.livroslabcom.ubi.pt/pdfs/domingues-paradigma-2010.pdf>
(José António Domingues)

13. Informação e Persuasão na
web<http://www.livroslabcom.ubi.pt/pdfs/serra-canavilhas-relatorio-ipw.pdf>
(org. Paulo Serra e João Canavilhas)

14. Teoria e Crítica do Discurso
Noticioso<http://www.livroslabcom.ubi.pt/pdfs/correia-teoria-critica-discurso-noticioso.pdf>
(João Carlos Correia)

15. Redefinindo os gêneros
jornalísticos<http://www.livroslabcom.ubi.pt/pdfs/seixas-classificacao-2009.pdf>
(Lia Seixas)

Fonte: Ton Torres :: Jornalista
Blog Mídia8! :: A informação depois da notícia
:: blog www.blogmidia8.com
:: fotos www.flickr.com/midia8
:: twitter www.twitter.com/midia8

colaboração: Liz Boggiss

Lançamento do livro FINITA COMO FLORES

O livro FINITA COMO FLORES é o quarto livro de Gloria Horta.

Lançamento:

Sexta-feira. 13 de agosto a partir das 18h
Baixo Santa do Alto Glória
Rua Hermenegildo de Barros, 73 - Glória
Vá e leve os amigos.

O casarão fica na Glória (claro!). Entrada pela Rua Cândido Mendes, dobra a primeira à direita, e já é a Rua Hermenegildo de Barros. O casarão amarelo é bem visível.
O texto está disponível em Disponível em www.finitacomoflores.blogspot.com

Entrevista com o Darton na Flip

O segundo dia de debates da 8ª Festa Literária Internacional de Paraty começou com a continuação da discussão do futuro dos livros. Novamente, o historiador e diretor da biblioteca de Harvard Robert Darnton subiu ao palco da Tenda dos Autores para refletir, desta vez ao lado de John Makinson, CEO da editora Penguin Books, e da mediadora Cristiane Costa, sobre os destinos da palavra escrita e continuar o papo sobre o ambicioso projeto de digitalização de livros do Google, o papel do editor neste novo mercado e as infinitas possibilidades de interação de mídias nos e-books. O aprimoramento e a popularização destas tecnologias estaria levando o mundo dos livros uma nova era, em que se vive a emergência da chamada quarta tela que, depois da televisão, do computador e do celular, pertence aos tablets.

Diante de uma plateia interessada, que por várias vezes vibrou com as opiniões expostas na palestra, Darnton foi categórico ao afirmar que vê muito futuro à frente da literatura e que livros tradicionais e digitais podem coexistir pacificamente.

- O rádio não matou o jornal, a TV não matou o rádio. É claro que o futuro é digital, mas o livro não morreu e nem vai. Neste ano serão publicados 1 milhão de livros em todo mundo, só estamos passando por uma transição.

Por sua ligação com as questões de mercado, Makinson acabou sendo questionado sobre os métodos que as editoras estrangeiras vêm buscando para não enfrentar uma crise similar à que afetou a indústria fonográfica, reduzindo a venda de CDs em até 70% nos últimos anos.

- Há uma grande diferença entre o mercado musical e o de livros. Com a era digital, o consumidor viu que era possível comprar apenas uma música, mas ninguém vai chegar em uma livraria e comprar apenas um capítulo de um livro. As pessoas podem ter 35 mil músicas num iPod, mas não faz sentido terem 35 mil livros num e-reader - explicou o convidado, que além de publisher, é dono de uma pequena livraria independente na Inglaterra. - Diferentemente da indústria fonográfica, a impressão ilegal ainda não afeta as vendas de livros.

Outro ponto importante da discussão atual sobre o processo de digitalização de livros é o Google Books, projeto do qual Darnton é crítico ferrenho.

- Admiro o Google e acho excelente que o Google Books tenha 2 milhões de livros em domínio público para o livre acesso, mas é inaceitável o projeto deles de pegar os livros de bibliotecas como a de Harvard, digitalizar e cobrar de nós o acesso a este acervo que é de pesquisa. E isso me preocupa, é a privatização do conhecimento e um monopólio comercial - disse o historiador, arrancando aplausos da plateia da Flip.

Para uma mesa que tratou de assuntos como a morte do livro, do autor, do jornal e até das bibliotecas, a previsão sobre aquilo que ainda vai ser escrito, publicado e lido foi bastante otimista. Para a dupla de debatedores, autores e editores têm muito a ganhar com a transição literária do papel para o meio eletrônico e as possibilidades de integração com áudio, vídeo, realidade aumentada e hipertexto.

- Quanto mais disponível um livro está, mais ganha o autor. O editor, quando compra os direitos sobre uma obra, recebe os direitos para publicá-los na forma digital e física. O papel do editor não vai morrer. Pelo contrário, tende a aumentar com o as possibilidades de integração de conteúdo. Nós, os editores, temos que desenvolver ferramentas e capacidades para tirar vantagem deste negócio. Temos a chance de experimentar e enriquecer o leitor - disse Makinson.

Para Darnton, os editores ainda têm o importante papel de proteger os direitos dos autores.

- Com a tecnologia, é fascinante perceber que os autores podem dialogar com os leitores diretamente. Mas devemos proteger os direitos dos autores no meio digital, eles merecem ser recompensados pela propriedade intelectual de suas obras.

Segundo os debatedores, o e-book, que não conta com despesas de impressão, estocagem e distribuição, ainda precisa buscar um modelo econômico viável. Métodos como o da subscrição, semelhante o das TVs por assinatura, são possíveis, mas não suficientes, segundo Makinson.

- Acho que há mercado para a subscrição, como no caso de uma pessoa pagar para baixar uma coleção inteira de livros clássicos, mas não sei se esse modelo vai se tornar regra pois as pessoas vão continuar querendo comprar livros 'a la carte', de acordo com interesses específicos.

Prosa & Verso - A versão digital do suplemento literário de O Globo prosaonline@oglobo.com.br

Darnton segundo a Veja

O Darnton analógico e o Darnton digital

06/08/2010
às 12:38 \ Vida literária


A ideia de dividir a participação do historiador Robert Darnton na Flip em duas – nas mesas “O livro: capítulo 1”, ontem à noite, e “O livro: capítulo 2”, hoje de manhã – parecia boa, não só como forma de organizar a grande massa de informação trazida pelo convidado mas também como espelho de uma linha histórica que a presente revolução tecnológica quebra inevitavelmente em pré e pós: a primeira conversa foi dedicada à história do velho códex, o livro de papel, e a segunda voltada para os desafios impostos pela cultura digital. Bem, funcionou exatamente assim. O único problema é que os espectadores podem ter saído com a impressão de que o tempo do livro de papel era uma chatice e que toda a diversão vai começar agora, tal foi a disparidade de temperatura entre a primeira mesa, uma conversa de ares acadêmicos mediada pela historiadora Lilia Schwarcz, e a segunda, uma entrevista conduzida pela jornalista Cristiane Costa.

Diretor da Biblioteca de Harvard e pesquisador especializado no Iluminismo francês, Darnton teve ontem à noite a companhia de outro historiador dedicado à investigação da leitura, Peter Burke. Não por acaso, os dois estavam loucos por fazer pontes entre o passado e o futuro. Por exemplo, na questão dos direitos autorais, cuja flexibilização ambos defenderam como forma de ampliar o acesso ao conhecimento – Darnton qualificou de absurda a lei que fixa o início do domínio público em setenta anos após a morte do autor. No entanto, talvez preocupada em não invadir a seara da mesa seguinte, a mediadora os refreava. Ainda bem que alguma coisa escapou:

“Um desenvolvimento muito interessante na Wikipedia são os avisos de que tal artigo não merece inteira confiança, de que falta citar fontes, de que pode ter um viés político. Isso é importante porque ensina aos leitores que ainda não saibam disso que é preciso ler tudo com olhar crítico.” Peter Burke

“Não leio livros em máquinas. Nada contra, provavelmente devia estar fazendo isso. Respeito as pessoas que o fazem. Suas máquinas ficarão cada vez melhores e logo todo mundo estará usando, pelo menos para alguns propósitos. O futuro é digital, não há como evitar.” Robert Darnton

“Sou semi-otimista [sobre o futuro do livro], o que significa ser também semi-pessimista. Não acredito na morte do livro de papel nas proximas décadas, mas acho que sua importância vai diminuir. E talvez não só a do livro de papel, mas o do próprio livro como ideia. Os livros que sobreviverem tenderão a ser mais curtos. Me preocupo com o futuro dos grandes clássicos, especialmente os livros longos, como ‘Guerra e paz’. Não vejo as pessoas pegando o Kindle para ler um livro de mil páginas. Me preocupa que as novas gerações possam perder a capacidade de ler devagar. Eu acho que ler devagar, como cozinhar devagar, é muito importante para a civilização.” Peter Burke

A segunda mesa, hoje, reuniu Darnton e John Makinson, CEO da poderosa editora Penguin, que construiu seu império vendendo livros a custo baixo e que está entrando no mercado brasileiro em sociedade com a Companhia das Letras. Até por ter, assim, um pé na estratégia mercadológica de uma grande empresa, mas não só por isso, a conversa se abriu para o mercado editorial atual e acabou por tocar na maioria das questões que afligem editores, livreiros e autores.

Makinson rejeitou o paralelo entre a indústria do disco, ferida de morte pela onda digital, e a do livro. “Há grandes diferenças entre o livro e a música”, afirmou. “Havia uma fraude no mercado fonográfico, pois as pessoas nunca quiseram comprar discos, queriam comprar faixas, e foi isso Steve Jobs revelou com o iPod. Mas ninguém entra numa livraria e pede para comprar um capítulo. E há uma diferença no modo como o público se relaciona com o objeto: não é cool ter 35 mil livros no ebook, mas é cool ter 35 mil músicas no iPod.”

Darnton expôs um dado histórico tranquilizador para seu companheiro de mesa. “Este ano vai haver um milhão de livros impressos no mundo. Uma das lições que a história nos ensina é que uma mídia não precisa matar a outra para se instalar. Depois da invenção da imprensa, o manuscrito continuou existindo até século 18 ou mesmo o início do 19. Para tiragens até cem exemplares, era mais barato contratar escribas para copiar os livros do que imprimi-los. O futuro é digital, mas isso não significa que o códex esteja morto. Temos que inventar novas formas em que o livro analógico e o digital possam se ajudar um ao outro.”

Ambos se declararam mais preocupados com o futuro dos jornais impressos, estes sim ameaçados frontalmente pela onda digital. “Nenhum dos meus alunos lê mais jornal impresso”, declarou Darnton. Makinson acrescentou uma preocupação com a vitória da leitura orientada por mecanismos de busca, em que o leitor encontra apenas o que procura, sobre o hábito de folhear um periódico e esbarrar com informações que até então não imaginava pudessem interessá-lo. “Isso nos diminui como leitores”, disse.

Por outro lado, discordaram quanto ao receio da volatilidade inerente ao meio eletrônico. Darnton disse ter pesadelos literais com o desaparecimento de milhões de livros, provocado pela obsolescência de software, hardware e mecanismos de busca, enquanto Makinson deu de ombros. Já as novas possibilidades do livro – ou que nome a coisa venha a ter – para além da palavra escrita os entusiasmam de modo semelhante. Segundo Makinson, o mercado editorial terá que desenvolver novas habilidades para explorar a interação entre palavra escrita, áudio e vídeo. Darnton anunciou que seu próximo livro, sobre a transmissão oral de conhecimento em antigas canções francesas, estará disponível digitalmente acompanhado de música.

Não foram esquecidas as questões que têm despertado maior interesse midiático no campo de cada um: a crise deflagrada pelo agente literário Andrew Wylie, no caso de Makinson, e a batalha contra o Google, no de Darnton:

“Sobre o caso de Andrew Wylie, o principal agente literário do mundo, que decidiu abrir sua própria editora para publicar livros digitais dos autores que representa, meu ponto de vista é que, em primeiro lugar, os direitos físicos e os digitais nao devem ser divididos. Isso é melhor inclusive para o autor, pois permite à editora trabalhar de forma ampla as estratégias de promoção do livro. O segundo ponto complicado é que o acordo de Wylie é só com a Amazon, e minha experiência mostra que, quanto mais numerosos e diversificados forem os canais de distribuição, mais o livro vende. Dito isso, estou mais tranquilo com essa questão do que muitos de meus colegas, porque ela representa apenas um pequeno número de casos em que os direitos digitais foram excluídos dos contratos originais. Nós da Penguin deixamos claro que não contratamos livros cujos direitos digitais não venham junto. Mas me oponho à decisão de Wylie por uma questão de princípio.” John Makinson.

“Em primeiro lugar, devo dizer que admiro o Google, que fez coisas maravilhosas, e não quero soar como um D. Quixote. A digitalização do conhecimento é uma grande oportunidade e um grande risco. O Google já digitalizou cerca de 2 milhões de livros que estão em domínio publico. Não cobra pelo acesso e ganha discretamente com publicidade, mas isso não me incomoda. O que me preocupa é a comercialização do nosso patrimônio cultural. Na biblioteca de Harvard temos 14 milhões de livros. O Google nos procurou e propôs digitalizar tudo sem custo para nós, mas em troca eles nos cobrariam pela leitura em formato digital. Isso é inaceitável. Estão criando o maior monopólio já visto, um monopólio de informação. Não acho correto comercializar uma biblioteca que foi formada ao longo de séculos e deixar isso na mão de uma empresa que precisa gerar lucro para seus acionistas. A República das Letras, com seu acesso universal ao conhecimento, ideal do seculo 18, tem uma chance de ser tornada real no século 21, mas precisamos encontrar modelos que façam isso levando em conta o interesse público, não o privado.” Robert Darnton, muito aplaudido.

Curso "O Livro na era Digital" - SP

13/08/2010 - O Livro na era Digital: A Indústria Editorial e as Novas Mídias

As emergentes mídias digitais estão influenciando diretamente no concorrido tempo dos consumidores modernos e transformando o hábito de leitura em todo o mundo. O texto não é mais lido apenas no papel. Ele está também onipresente em uma miríade de suportes suspensos e em uma diversidade de aparelhos tecnológicos, móveis e de comunicação (como o Kindle, o iPhone etc).

E uma série de meios é o que promete transformar definitivamente a realidade dos livros, jornais e revistas através de uma convergência digital e cultural sem precedentes. O objetivo do curso “A Indústria Editorial e as Mídias Digitais” é fazer um review de todo o mercado editorial convencional presente, frente às transformações das mídias digitais, do ponto de vista exclusivamente dos negócios ou da atualização enquanto profissional.

O objetivo central do curso é pontuar em que passo estamos da digitalidade, antever ou se preparar para a próxima tendência e o que podemos fazer para manter os nossos negócios na Web 2.0 e tirar ainda mais proveito da Era da Informação. Ao se inscrever no curso, o participante pode levar para o dia a dia dos seus negócios o esclarecimento preciso frente a digitalização dos meios de comunicação. O participante sai do curso com experiência a respeito da convergência dos livros, revistas e jornais no seu formato clássico em papel, tanto quanto nos formatos eletrônicos (Blogs) e até em áudio (Podcasts).

A QUEM SE DESTINA O CURSO

O curso se destina a todos os interessados em geral e profissionais da cadeira produtiva da indústria editorial brasileira, desde os que atuam na produção e na área editorial quanto os profissionais que atuam nas vendas, comercialização e marketing dos livros, jornais e revistas. Isto inclui os profissionais que atuam dentro das editoras, das livrarias, distribuidoras, bibliotecas etc.

Dia: 13 de Agosto de 2010 - Sexta-Feira
Horário: 15h às 19h
Local: Bienal do Livro de São Paulo - Centro de Exposições Anhembi - SP
Valor único: R$ 130,00.


Faça aqui a sua Inscrição

Ednei Procópio - Atualmente é membro da Comissão do Livro Digital da Câmara Brasileira do Livro [ CBL ]. É editor e sócio-fundador da Giz Editorial selo paulistano que publicou mais de 150 títulos [ em versão impressa e eletrônica ] em apenas quatro anos de vida. De 2000 até 2005 colaborou, também como editor, com a equipe da iEditora, empresa pioneira na publicação de livros eletrônicos na América Latina. E com a Edições Inteligentes editora especializada em Self Publishing. Em 2001, Procópio fundou o website eBookCult cuja biblioteca digital contabilizou somente nos primeiros três anos mais de 5 milhões de downloads de livros eletrônicos [ auditorados ]. O eBookCult Digital Solutions, mais tarde, seria a primeira empresa na América do Sul a comercializar um eReader com o conceito de Biblioteca Digital Portátil criado e desenvolvido por Procópio; e também o único site desde então a figurar no topo da busca do Google internacional com a palavra-chave “eBook”. Desde 1998 escreve textos e artigos sobre os livros eletrônicos em sites como eBookzine, eBook Business e eBook Reader. Todos os sites por ele criado. Em 2005, publicou o livro “Construindo uma Biblioteca Digital”. Atualmente está empenhado no desenvolvimento de uma plataforma de livros e leitura chamada LIVRUS, que é baseada no conceito Web 2.o de criação alternativa, colaboração, compartilhamento e convergência cultural.

colaboração: Liz Boggiss

Cultura vai comercializar o primeiro e-reader brasileiro

A partir da próxima terça-feira, 10 de agosto, a Livraria Cultura começa a vender o eReader Positivo Alfa em todas suas unidades e pela Internet, com exclusividade na comercialização na primeira semana de lançamento do produto, o primeiro brasileiro. A Cultura presenteará todos seus clientes com o download gratuito do livro O Príncipe, de Maquiavel, da Penguin-Companhia das Letras. Com tela touchscreen [sensível ao toque] de 6 polegadas, o Positivo Alfa pesa 240 g e tem 8,9 mm de espessura, 170 mm de altura e 124 mm de largura.

Seu poder de armazenamento é de 2 GB de memória, o que significa conseguir armazenar até 1,5 mil livros. Ele ainda permite expansão da memória com cartão Micro SD. A bateria é recarregável e tem longa duração: é possível folhear até dez mil páginas. Outro destaque é o Dicionário Aurélio que já vem instalado no Positivo Alfa e pode ser consultado simultaneamente à leitura. O eReader Positivo Alfa será comercializado na Livraria Cultura por R$ 699.

fonte: PublishNews | 06/08/2010

colaboração: Liz Boggiss

Fórum do Livro Digital em SP

Inscrições abertas para o Fórum do Livro Digital

A Câmara Brasileira do Livro começa a esquentar para a Bienal com a realização, nos dias 10 e 11 de agosto, no mesmo Anhembi que vai sediar a feira entre os dias 12 e 22, do Fórum Internacional do Livro Digital. Ainda dá tempo de se inscrever e vale a pena, já que os palestrantes são de primeira linha.

Jean Paul Jacob

Formado em Engenharia Eletrônica pelo ITA [São José dos Campos, SP] e professor na Universidade de Califórnia, Bekerley, EUA, onde também obteve um Master e um duplo Ph.D. em Matemática e Engenharia. Conferencista internacional Jean Paul previu, em 1980 o fim do vinil. Para ele, a atual revolução digital vai, efetivamente, “mudar o mercado de livros”.

John B. Thompson

Radicado na Inglaterra desde 1970, vencedor do prêmio Amalfi, um dos mais importantes da Europa, leciona Sociologia na Universidade de Cambridge. Durante três anos Thompson entrevistou 230 pessoas ligadas ao mundo do livro. Formou, assim, uma base sólida de pesquisa sobre o setor livreiro. Dessa profunda análise resultou o livro Books in the Digital Age [Livros na Era Digital].

Mike Shatzkin


Mike Shatzkin é fundador e CEO da The Idea Logical Company, o principal consultor para editores e empreendedores [traders] da cadeia do livro nos Estados Unidos e Canadá. É colunista do PublishNews. Vai falar sobre as mudanças trazidas pela digitalização dos livros ao mercado editorial.

fonte: http://ebookpress.wordpress.com

Leitura na era digital - Debate em SP

Transformações da leitura na era digital são tema de debate em São Paulo
por Marcella Petrere


Creative Commons/Windell Oskay
Kindle de madeira


Cópia do tablet Kindle, feita de madeira.
Saiba mais sobre esse projeto clicando aqui

Aconteceu no dia 14 de maio, em São Paulo, o terceiro dia dos Encontros Estadão & Cultura, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional. O evento discutiu as possibilidades e o futuro do livro digital, que vem ganhando espaço em nosso cotidiano com as novas tecnologias. Flávio Moura, diretor de Programação da Feira Literária Internacional de Paraty (Flip), e Samuel Titan, do Instituto Moreira Salles, conversaram mediados por Alexandre Matias, editor do Link, do Estadão.

O Instituto Claro, que publicou em abril a reportagem "Kindle, iPad e outros e-readers: o que eles já fazem e o que poderão fazer pela educação?", esteve presente para descobrir o que o debate trouxe de novidades sobre como a leitura e o aprendizado são afetados, de uma maneira mais ampla, na era dos leitores digitais e da banda larga.

O ponto de partida para o debate foi o surgimento de suportes mais confortáveis que a tela do computador para leitura - e-readers, como o Kindle, e tablets, como o iPad. "Nunca consegui ler um livro inteiro no computador. É desconfortável a luminosidade da tela, a posição que precisamos ficar por muito tempo. Os dispositivos portáteis estão solucionando esses problemas", diz Samuel, que acredita que o computador é um ótimo mecanismo para busca de conteúdo, mesmo se não quisermos ler com o suporte eletrônico. "A tecnologia potencializou minha vida de leitor de livros de papel. Antes da popularização da internet, era difícil achar algumas obras, muito caro importar. Hoje há diversas lojas que comercializam livros on line, com preços mais atrativos", completa.

Flávio, por outro lado, ressaltou a importância da web para lermos revistas, ensaios e outros conteúdos complementares que não conseguimos comprar. "Mas é uma experiência diferente. Fazemos uma leitura ansiosa, com diversas janelas minimizadas. Nossa concentração é fragmentada. O iPad e o Kindle são muito úteis para esse tipo de experiência, pois permitem maior conforto e menos interrupções", afirma. Ele também lembra um empecilho que os novos gadgets trazem consigo: a necessidade de formatos e plataformas exclusivas, pois o arquivo que roda em um aparelho não serve para o outro. "Um formato mais amigável é o PDF, que funciona em computadores e nos dispositivos portáteis. O mais interessante, a médio prazo, será a entrada do Google Books. A empresa disse que já digitalizou 12 milhões de livros, que servirão para qualquer device. Será um ótimo serviço publico".

Samuel, que também é professor de Literatura na Universidade de São Paulo (USP), percebe que, na prática, os jovens ainda não estão fazendo um bom uso do conteúdo disponível na web. "Eu poderia pensar que, com o digital, meus alunos leriam mais e melhor, agora que têm acesso a tantas coisas. Porém, até agora, minha impressão é que eles estão lendo menos e pior. É frustrante ver que, quando peço a leitura de alguma obra importante, em vez de procurar um e-book completo, muitas vezes eles acabam pegando um resumo no Google ou Wikipedia. Além da preguiça e falta de tempo, acho isso é reflexo de um hábito coletivo de resolver problemas, que acaba esgotando nossa experiência". Ele lembra que, no âmbito acadêmico, o PDF tem um papel extremamente importante, por sua velocidade de compartilhamento e facilidade de produção. "Um dos vetores por trás da transformação editorial que vivemos hoje veio da comunidade científica. Há muito tempo a troca de idéias não é só impressa, pelas revistas especializadas. Pesquisadores do mundo inteiro se comunicam a todo instante pelo meio digital. O PDF é quase que o veículo universal de publicação acadêmica. O paper geralmente é um documento digital", diz o professor.

Para saber mais

* Assista à integra do debate

Época de mudança de paradigmas

Durante o debate, o momento atual de digitalização dos livros foi comparado com o que aconteceu há mais de dez anos no mercado editorial. "O fotolito sumiu e entrou em cena a edição eletrônica. Os custos despencaram e ficou mais fácil publicar. Surgiram diversas editoras pequenas e o panorama brasileiro ficou muito mais interessante. Um fenômeno parecido acontece agora, muito mais players podem entrar no mercado com as portas digitais. Há menos mediadores entre o desejo e a possibilidade de publicar. Qualquer autor, grupo literário ou político terá a chance de fazer o que até então era inviável. Podem surgir coisas interessantes", acredita Samuel. Além de permitir o self publishing de material digital, a internet pode ser vista como uma plataforma de lançamento de autores, que começam seu trabalho na web e depois conseguem partir para os livros físicos. Flávio lembra que "alguns nomes razoavelmente consolidados no panorama brasileiro vieram desse meio. Autores novos, na faixa dos 30 anos, saíram da era digital, como Daniel Galera, João Paulo Cuenca, Cecília Giannetti e Daniel Pellizzari".


Seis histórias inovadoras


O mediador da conversa destacou que algumas editoras, como a Penguin, já fizeram experiências realmente inovadoras com a literatura, agregando ferramentas digitais. "Não é apenas juntar um recurso a um livro comum. Só adicionar um vídeo no final da história, por exemplo, é muito simples. Coisas meramente ilustrativas só chamam atenção dos olhos. O interessante são conteúdos diferenciados, produtivos", diz Flávio. O ‘novo' livro digital pode representar um novo passo na literatura, principalmente com o advento dos tablets, que permitem mais experiências interativas e multimídia. Para o organizador da Flip, "agora podemos olhar literatura como algo mais amplo. O antropólogo Hermano Vianna diz que até os games estão na vanguarda de novas formas de narrar. Vivemos um momento embrionário. Tão importante que também é difícil de ser direcionado".

Em 2008, a Penguin realizou a We Tell Stories, uma série com seis histórias de seis diferentes autores, cada uma amparada por um recurso digital diferente: o conto de fantasmas Slice usou blogs e Flickr, ‘feitos' pelos personagens; em Fairy Tales, você pode decidir o nomes das coisas, pessoas e fazer outras escolhas que definem o rumo da trama; Your Place and Mine foi escrito por um site em tempo real, durante seis dias; 21 Steps é um suspense contado com o auxílio do Google Maps, que mostra os passos do personagem pelo mapa, além de fotos e conteúdo extra. Todas foram maneiras interativas e inovadoras de contar histórias, que não podem ser reproduzidas no papel.

fonte:
http://www.institutoclaro.org.br/observatorio/noticias/detalhe/transformac-es-da-leitura-na-era-digital-s-o-tema-de-debate-em-s-o-paulo


colaboração: Liz Boggiss

Livros para Voar

Livro Para Voar! Aqui você liberta livros que já leu, fica sabendo onde encontrar títulos que quer ler e entra em contato com outros amantes da leitura.

Abra espaço na sua estante, recolha aquelas obras abandonadas na prateleira e venha nos ajudar a transformar o mundo em uma grande biblioteca!

O primeiro passo é fazer seu registro. A partir daí, você poderá cadastrar obras, divulgar sua opinião sobre elas, programar a libertação e acompanhar a emocionante viagem que seu livro fará.

E não é só isso. No Livro Para Voar, você pode também pesquisar autores e livros que admira, verificar se eles estão soltos à procura de um novo leitor e checar o que as pessoas estão dizendo a respeito da obra.

Para completar, o projeto é um verdadeiro ponto de encontro de pessoas que curtem todos os tipos de literatura. Participe! Convide seus amigos, encontre outros online e divirta-se batendo papo sobre uma atividade que desperta sua paixão.

Cadastre-se agora no site http://www.livroparavoar.com.br/

colaboração: Liz Boggiss

Mapa-Múndi das mídias socias

Novo mapa-múndi das mídias sociais, países que representam sites

Se as redes sociais fossem países de tamanho proporcional ao número de usuários, como seria esse novo mapa-múndi em 2010?

Segundo a Flowtown, seria assim veja abaixo.



Esse mapa foi criado para mostrar como o mundo das mídias sociais mudou de 2007 pra cá, com novas redes surgindo e outras caindo no esquecimento. Vale a pena procurar por territórios tao exóticos quanto 'Sea of Forgotten Memes' e 'Rising Island of Google Buzz'.

Há 3 anos, quem criou um mapa desses foi o site XKCD veja aqui como naquela época as coisas eram diferentes.




Saiu na Brand Republic, via Blue Bus.

colaboração: Liz Boggiss

FAKE VINTAGE ADS FOR FACEBOOK, YOU TUBE & SKYPE

By Scott Beale on August 5, 2010

Facebook


YouTube



Skype




Sao Paulo ad agency Moma created a wondeful series of fake vintage ads for Facebook, YouTube and Skype as part of the “Everything Ages Fast” ad campaign for Maximidia Seminars.

via This Isn’t Happiness &Ads of The World

colaboração: Liz Boggiss

Como Criar o seu próprio E-Book

Criando o seu primeiro LIVRO DIGITAL

Nesta seção, eu vou lhe ensinar como criar o seu próprio e-book, utilizando ferramentas gratuitas para que você possa divulgar as suas idéias, ou até mesmo melhorar a sua renda mensal, afinal de contas, você vai ter que trabalhar e se dedicar para criar o seu primeiro livro digital, então é justo que você seja remunerado por isso não é mesmo ?

Conteúdo
Esta é a parte em que menos posso lhe ajudar, mas eu posso lher dar algumas dicas: Comece pensando em assuntos que estão totalmente ligados com você, seja assuntos profissionais ou pessoais, como um hobbi. Este é o ponto primordial para a criação do seu e-book: você precisa se divertir no processo. Isso mesmo, não será um trabalho, será a mais pura diversão. Certamente você acumulou muita experiência em diversos assuntos nas últimas décadas de sua vida não é mesmo ?

Formatação
Um e-book não é muito diferente de um livro tradicional em termos de formato, embora num e-book você possa adicionar recursos que são impossíveis em livros de papel. Basicamente possui: Capa, Índice, Introdução, Corpo principal, conclusão e informações sobre o autor ou divulgação de outros produtos. Se você tem dúvidas sobre como formatar o seu e-book, basta acessar nossa seção de DOWNLOADS para baixar os e-books e verificar como são formatados.

Ferramentas

Você vai precisar de algumas ferramentas para concluir o seu primeiro livro digital, que são basicamente: Um editor de textos que permita, de preferência, texto e gráficos como o Microsoft WORD ou BR OFFICE. Um programa para CRIAR A CAPA do seu e-book e um programa para CONVERTER o seu arquivo do formato original para PDF. Embora você possa distribuir o seu livro digital em qualquer formato, eu recomendo o FORMATO PDF por questões de portabilidade para diferentes plataformas e segurança para resguardar sua propriedade intelectual.

Vamos COMEÇAR ?
Se você ainda tem dúvidas se pode mesmo criar seu próprio livro digital, eu recomendo você fazer uma pequena experiência antes de tudo. Acredite, quando ver os primeiros resultados vai começar a tomar gosto pela coisa, ou então, vai concluir que esse negócio de livro digital não é pra você. Minha proposta é que você crie um MINI E-BOOK, com uma capa, uma página de introdução, duas ou três páginas de texto e uma página de conclusão. O assunto pouco importa, pois aqui, o objetivo é mostrar a você COMO FAZER.

- Título
Meu primeiro livro digital
- Autor
Você
- Página de Introdução
Escreva algo sobre sua proposta para este livro
- Corpo principal
Escreva sobre sua experiência em escrever o seu primeiro livro digital
- Conclusão
Escreva como foi sua experiência em ter escrito seu primeiro livro digital
- Sobre o Autor
Fale algo sobre você e coloque seus dados como e-mail para contato

Criação da CAPA
O software que vou recomendar é o mesmo que utilizo para a criação da capa dos meus e-books. Este software pode ser utilizado para a criação de capas de CD´s, DVD´s e também de e-books. O Software é KRONEN-DESIGN e o endereço para download é:

http://www.kronen-media.de/download/kronendesign.exe (Aprox: 21MB)

Outra opção para a criação de capas é um serviço online que você pode criar o arquivo .jpg da capa do e-book em qualquer editor gráfico e este serviço transforma em uma capa de ebook. Veja um exemplo abaixo:

Endereço: http://www.groundbreak.com/graphics2.html


Para a criação de capas de e-books em formato box, uma excelente opção OnLine é o site 3d-pack. Ele gera imagens realistas em formatos caixa, dvd´s e cd´s. Assim como no serviço anterior, você precisa ter as imagens prontas para enviar para o site. Para a geração de capas em formato box, são necessárias 3 imagens: Cover(Frente), Side(Lado) e Top(Parte de Cima). Para CD´s e DVD´s apenas duas: Cover(Frente) e Side(Lado). Ele permite gerar imagens em .PNG, .JPG e .GIF. Um ponto negativo é que ele não permite definir as dimensões das imagens. Neste caso, se você quer uma imagem menor, precisará redimensionar a imagem em um software apropriado. Se este é o seu caso, você pode utilizar o Thumbs Plus que está disponível na Central de Downloads. Outro detalhe é que ele gera uma imagem muito comprida devido ao reflexo da imagem. Neste caso você pode utilizar o próprio Paint do Windows para recortar a imagem e retirar o excesso.

Veja como fica um BOX criado neste site:


Endereço: http://3d-pack.com

Templates para Capas de E-books
Se você tem dificuldades para utilizar editores gráficos para montar a capa do seu e-book, utilize os templates para capas de e-books disponíveis na central de downloads. Você escolhe o modelo, utiliza um editor gráfico para incluir os textos e transforma essas imagens em um Box 3D ou capa de livro utilizando os serviços OnLine citados acima.

Acesse: Templates para Capas de E-books

O Editor de texto

Você vai escrever o seu e-book em um editor de textos. O mais recomendável é o Microsoft WORD pelos recursos que possui, mas você pode utilizar qualquer editor para escrever o seu e-book. Escolha um que permita trabalhar com gráficos também, assim o seu e-book vai ficar mais interessante. Se você não tem acesso ao Microsoft WORD, então pode utilizar o BR OFFICE. Acesse: http://www.broffice.org/download para fazer o download do BR OFFICE.
Se você não tem muita experiência com editores de texto, então você pode fazer o download dos Templates para e-books em PDF na nossa central de downloads.

Software para Formatar Ebook em PDF
Para converter em PDF você pode utilizar o software free DOPDF que funciona como uma impressora do Windows, ou seja, quando instalar o software ele vai aparecer na lista de impressoras do sistema operacional. Para fazer a conversão basta você carregar o seu arquivo com o editor e mandar imprimir, na lista de impressoras selecione o DOPDF e ele vai pedir para informar o nome do arquivo a ser gerado.

Download : http://www.jm-digital.com.br/download/dopdf.exe (Aprox: 1.34MB)

Acrobat READER
Para o DOPDF poder funcionar corretamente e também para visualizar o seu e-book no formato PDF você precisa ter instalado em seu equipamento o Acrobar Reader.

Download : http://www.adobe.com/products/acrobat/readstep2.html (Aprox: 22.3MB)

Software para Formatar Ebook em HTML

Você também pode criar o seu ebook a partir do formato HTML igual as páginas na Internet. O FREEWARE Nata Ebook Compiler é muito simples e pode compilar até 50 arquivos (Incluindo Gráficos) na versão FREE.

Download : http://www.jm-digital.com.br/download/natcfree.exe (Aprox: 1.26MB)

Modelos Prontos para eBooks em PDF
Você pode ter acesso a mais de 180 modelos prontos para formatar o visual dos seus ebooks em PDF e criar um ebook com visual realmente incrível. Se você pretende entrar na arena da venda de ebooks na Internet, veja agora mesmo este pacote especial com modelos profissionais especialmente criados para quem pretende desenvolver um trabalho sério com ebooks.

Viu como é FÁCIL ?
Parabéns, você acaba de criar o seu primeiro livro digital. Claro que este foi somente um experimento. Agora você poderá pensar com mais calma no conteúdo do seu e-book e porque não, criar também o seu próprio site para vendê-lo.

Pense em quantos internautas poderão estar procurando por dicas no assunto que você é um verdadeiro expert. Um e-book pode também ser uma excelente ferramenta de marketing, pois você poderá oferecê-lo de graça para download e com isso poderá divulgar seus produtos e serviços para milhares de pessoas no Brasil e no Mundo.

Mais Artigos sobre Criação de eBooks no Nosso Blog

colaboração de Liz Boggiss

Dicas do Gato Sabido

O que é ebook?

Livro digital ou livro eletrônico, e-book é um livro com texto em formato digital com o mesmo conteúdo encontrado nos livros impressos de maneira convencional. E-books podem ser lidos em equipamentos eletrônicos como computadores, PDAs ou até mesmo celulares que suportem esse recurso. Vários tipos de formatos de e-books estão disponíveis no mercado, com inúmeras maneiras de acessá-los.

O que é ereader?

Um "ereader" ("electronic reader" ou leitor eletrônico) é um aparelho no qual você pode ler ebooks. A maioria dos leitores utiliza os mesmos formatos de ebooks, possibilitando a compra em diferentes lojas online. No entanto, é necessário verificar qual é o tipo de formato correto para seu aparelho. A Gato Sabido trabalha com PDF e EPUB com DRM.

• Quais são os formatos disponíveis na Gato Sabido?
• Na Gato Sabido você pode adquirir os livros em 2 formatos: PDF ou E-Pub.

PDF:

Criado pela Adobe Systems e aperfeiçoado durante os últimos 15 anos, o formato Portable Document Format (PDF) permite capturar e visualizar informações consistentes - a partir de quase todo aplicativo ou sistema operacional - e compartilhá-las praticamente com qualquer pessoa, em qualquer lugar. Pessoas, empresas e órgãos governamentais ao redor do mundo confiam e contam com o formato PDF para comunicar suas idéias e seus pontos de vista.

O PDF é agora um padrão aberto formal, conhecido como ISO 32000. Mantida pela Organização Internacional de Normalização (International Organization for Standardization), o padrão ISO 32000 continuará a ser desenvolvido com o objetivo de proteger a integridade e a longevidade do formato PDF, proporcionando um padrão aberto para mais de um bilhão de arquivos PDF existentes atualmente.

E-PUB:

"electronic publication" ou publicação eletrônica) é um formato de e-book considerado como padrão pelo IDPF ("International Digital Publishing Forum", Forum Internacional de Publicação Digital). E-Pub possui suporte para o DRM ("Digital Rights Management", Gestão de Direitos Digitais).

Atualmente o formato pode ser lido através das seguintes plataformas: Sony Reader, BeBook, Adobe Digital Editions, Lexcycle Stanza, BookGlutton, AZARDI, WordPlayer no Android e no Mozilla Firefox add-on OpenBerg Lector.

O que é DRM ?


Gestão de Direitos Digitais (DRM) é o termo utilizado para descrever as limitações colocadas em arquivos digitais por vários provedores de conteúdo. Editoras escolhem distribuir ebooks protegidos com DRM para evitar a pirataria de conteúdo e garantir a proteção legal de direitos autorais de seus criadores.

http://www.gatosabido.com.br/e_book.php

Colaboração de Liz Boggiss

Cinco dicas para escrever melhor

Escrever não é tão difícil. Já dizia Pablo Neruda: É só começar com uma letra maiúscula e terminar com um ponto final. No meio, você coloca ideias.

Ok. Na verdade, são apenas três. As outras duas você já conhece. Não contam. São os clichês dos (aprendizes de) escritores. Mas tão úteis e verdadeiras, que eu acho praticamente impossível alguém escrever bem sem segui-las. Aliás, vamos começar por elas.

1. Leia

Escrever é consequência da leitura. Você só vai ter vontade de escrever se ler. Eu, por exemplo, leio em média um livro por semana. Vez ou outra alguém me pergunta como arrumo tempo/paciência para isso. Meu segredo é: eu só leio o que gosto. E ponto. Não ligo pro que vão achar. No ano passado, li até Marley e Eu, só pra você ter ideia. Atualmente, estou lendo humor. Assim que acabar Cuca Fundida do Woody Allen, lerei o clássico Anedotas de Ari Toledo. O negócio é ler o que der na telha, sem ambição de agradar qualquer pseudo-intelectual formado em Letras.

2. Escreva

Não tenha medo do Word em branco. Escreva sobre qualquer coisa. Não fique à espera da Big Idea. Escreva sobre a vida. E sem medo de fazer feio. Alguns escritores chegam a refazer mais de dez vezes cada linha que redigem. Mesmo que você não sonhe em ser o novo Hemingway, escrever vai melhorar sua lógica e o modo como você se expressa, além de enriquecer seu vocábulo. Separe cinco minutos por dia e escreva. Faça isso todo dia. Em menos de um mês, você vai estar se comunicando melhor e, espero, escrevendo mais de cinco minutos.

3. Conheça as regras (para poder quebrá-las)

Uma gramática mediana custa uns dez reais. Compre uma. Você nem precisa lê-la inteira. É claro que se conseguir, melhor. Mas seja ao menos curioso. Aprenda a pontuar. Entenda um pouquinho de concordância e estrutura. Não é tão difícil quanto parece. E, depois de conhecer as regras e saber usá-las em seu favor, não tenha medo de quebrá-las. Vale tudo. Inventar palavras, inverter estruturas, pontuar demais, pontuar de menos. O teclado é seu e quem manda nele são seus dedos.

4. Anote ideias (no celular)

Eu nem vou falar para você comprar um moleskine. É muito caro. Pode usar o celular mesmo. O importante é não deixar as ideias escaparem. Se você for como eu, cinco segundos depois de ter a ideia que vai mudar sua vida e, quiçá, o mundo, vai esquecê-la. Daí a necessidade de sacar seu celular – que está sempre num(a) bolso(a) próximo(a) – e anotá-la. Claro, você vai ter que fazer sua ideia caber em alguns caracteres. Mas isso tem muito a ver com nossa última dica.

5. Sintetize – quem pensa mais escreve menos

É possível abreviar uma (boa) história em uma frase. Claro que você não precisa escrever em todo lugar como se estivesse no Twitter. Mas a escrita é a arte de cortar palavras. Como seria esse post em menos de 100 caracteres? “Para escrever melhor: Leia, Escreva, Conheça as Regras, Anote Ideias e Sintetize”. O que dizer no meio disso é transpiração. Contudo não é tão difícil. Já dizia Pablo Neruda: É só começar com uma letra maiúscula e terminar com um ponto final. No meio, você coloca ideias.

fonte: In Webinsider, por Fernando Luz, publicitário e redator.

colaboração de Liz Boggiss

O futuro do livro. Charge





Colaboração: Ana Raquel

Help desk. Telefone

O futuro do livro. Divirta-se!






Alice no País das Maravilhas

Revistas no tablet

Sports Illustrates


Wired


Marie Claire

Para jovens e adultos

Ipad

Kindle

A revolução dos e-readers

A questão dos livros: o Google Books de um ponto de vista histórico

http://www.blogdacompanhia.com.br/tag/robert-darnton/

9 junho 2010
ebooks, robert darnton

Após ser eleito para assumir a presidência da American Historical Association, Robert Darnton pensou em usar sua posição para ajudar pesquisadores, que tinham dificuldade em encontrar uma editora disposta a publicar suas monografias. O resultado disso foi o Gutenberg-e, um projeto ligado à Columbia University Press que oferecia uma bolsa para que eles não só completassem suas monografias, mas também as publicassem em formato eletrônico com imagens, vídeos e outros materiais multimídia.
Ao se dedicar a esse projeto, o historiador percebeu não só que havia alguns preconceitos contra o formato (principalmente no meio acadêmico), mas também que a publicação de e-books é mais complicada do que ele havia imaginado.
A partir dessa experiência, Darnton, que é apaixonado por livros raros, manuscritos e pergaminhos, encarou o desafio de pensar o livro em suporte eletrônico. Entretanto, ao invés de se basear simplesmente em especulações, ele usa seus conhecimentos sobre a história do livro, lembrando, por exemplo, que na época de Shakespeare não havia copyright, e o quanto isso torna difícil saber sequer qual é a versão original de suas peças, já que elas eram publicadas por diversas pessoas com inúmeras modificações.
Ele defende, acima de tudo, que a história do livro está profundamente ligada à história da sociedade, e que portanto uma proposta como a do Google Books pode trazer muitos benefícios, mas que justamente pelo seu caráter inovador também deve ser analisada com muito cuidado. (Leia mais sobre os efeitos do Google Book Settlement — em inglês.)
Robert Darnton hoje é diretor da Biblioteca da Universidade de Harvard, e vem ao Brasil em agosto para a Feira Literária Internacional de Paraty (FLIP). Abaixo você lê um artigo dele sobre o Google Book Settlement, escrito posteriormente aos artigos publicados em A questão dos livros (tradução de Daniel Pellizzari).
* * * * *
O Google e o novo futuro digital
Por Robert Darnton
Nove de novembro é uma daquelas estranhas datas assombradas pela história. Em 9 de novembro de 1989 caiu o Muro de Berlim, sinalizando o colapso do império soviético. Os nazistas organizaram a Kristallnacht em 9 de novembro de 1938, dando início à sua campanha aberta contra os judeus. Em 9 de novembro de 1923, o putsch de Hitler foi esmagado em Munique, e em 9 de novembro de 1918 o kaiser Wilhelm II abdicou e a Alemanha foi declarada uma república. Ainda que a data paire especialmente sobre a história da Alemanha, marca também grandes eventos em outros países: a Restauração Meiji no Japão, em 9 de novembro de 1867; o golpe de Bonaparte que encerrou definitivamente a Revolução Francesa, em 9 de novembro de 1799; e a primeira vez que os colonos ingleses avistaram terra americana a bordo do Mayflower, em 9 de novembro de 1620.
Em 9 de novembro de 2009, no Tribunal Distrital do Distrito Sul de Nova York, a Authors Guild e a Association of American Publishers estavam programadas para entregar um acordo que resolveria sua ação judicial contra o Google alegando violações de copyright no programa para digitalizar milhões de livros de bibliotecas de pesquisa e disponibilizá-los de graça na internet. Você pode achar que isso não se compara à queda do Muro de Berlim. É verdade, mas por vários meses todos os olhos do mundo dos livros — autores, editores, bibliotecários e muitos leitores — ficaram atentos ao tribunal distrital e seu juiz, Denny Chin, pois essa disputa aparentemente pouco relevante sobre direitos autorais parecia capaz de determinar o futuro digital de todos nós.
O Google já digitalizou cerca de 10 milhões de livros. Em que termos disponibilizará esses textos aos leitores? Essa é a questão apresentada perante o juiz Chin. Se ele interpretar o caso de forma superficial, conforme os precedentes de ações populares coletivas, pode concluir que nenhuma das partes foi prejudicada. Essa decisão removeria todos os obstáculos à tentativa da empresa de transformar sua digitalização na maior biblioteca e livraria da história. Se o juiz Chin tiver uma visão mais ampla do caso, o acordo pode ser modificado de modo a proteger os cidadãos contra possíveis abusos do poder monopolista do Google.
Ficou claro que o empreendimento (Google Books Search, ou GBS) ameaçava se tornar um monopólio ilimitado quando o Departamento de Justiça entregou um memorando ao tribunal alertando para a possibilidade de violação da legislação antitruste. Mais de quatrocentos outros memorandos e relatórios independentes também forneceram sinais de alerta sobre a escalada da oposição ao GBS. Em face dessa oposição, os reclamantes, com o consentimento do Google, requisitaram que o tribunal adiasse uma audiência marcada para 17 de outubro, de modo que pudessem revisar o acordo. O juiz Chin determinou 9 de novembro como novo prazo para que a nova versão fosse apresentada.
Mas esse grande evento acabou em decepção. Na última hora, o Google e os reclamantes requisitaram outra prorrogação ao juiz Chin, que lhes concedeu mais quatro dias. Assim, o momento mágico terminou não acontecendo em 9 de novembro, mas numa data menos auspiciosa: uma sexta-feira, 13.
Por que essa data parecia tão monumental? Os termos do acordo surtirão efeitos profundos na indústria do livro no futuro próximo. Pelo lado positivo, o Google possibilitará que consumidores comprem acesso a milhões de livros, protegidos por copyright e ainda em catálogo, para leitura em telas de computador ou equipamentos portáteis. Muitos outros milhões de livros — pelo menos 7 milhões de obras sob copyright mas fora de catálogo, incluindo milhões de “órfãs” cujos detentores de direitos ainda não foram identificados — ficarão disponíveis mediante assinaturas pagas por instituições, como universidades. Esse banco de dados, em conjunto com livros em domínio público já digitalizados pelo Google, formará um biblioteca digital gigantesca que crescerá gradualmente até um dia ultrapassar a Biblioteca do Congresso (que atualmente contém mais de 21 milhões de livros catalogados). Pagando uma assinatura módica, bibliotecas, faculdades e instituições educacionais de todo tipo poderiam ter acesso instantâneo a um mundo inteiro de conhecimento e literatura.
Mas o preço será realmente módico? Os argumentos negativos enfatizam o perigo dos monopólios e sua tendência de cobrar preços monopolistas. Igualmente importante é o alerta de que o controle do Google sobre o acesso aos livros reforçará seu poder sobre o acesso a outros tipos de informação, levantando questões de privacidade (o Google pode agregar dados sobre a leitura, os e-mails, o consumo, a moradia, as viagens, o emprego e muitas outras atividades dos usuários), concorrência (o caráter coletivo da ação judicial pode impossibilitar que outro empreendedor digitalize obras “órfãs”, pois somente o Google estará protegido contra processos movidos por detentores de direitos) e comprometimento com o bem público. Como empreendimento comercial, a missão primária do Google é gerar lucro para seus acionistas, e o acordo não deixa espaço para que bibliotecas, leitores e o público em geral sejam representados.
Uma discussão ampla a respeito dos prós e contras poderia transformar o Tribunal Distrital do Distrito Sul de Nova York num fórum, onde o debate acabaria dramatizando todo um espectro de questões literárias. Nenhum drama de tribunal aconteceu em 13 de novembro, pois nada aconteceu além da entrega do acordo revisto (que chamaremos de GBS 2.0 para distinguir da versão original, GBS 1.0). Mas a entrega teve sua própria importância, pois marcou o desfecho de anos de negociações difíceis sobre quem controlaria uma vasta porção de um cenário digital que só agora está ficando mais claro.
Não se pode duvidar que o GBS 2.0 será contestado por grupos e indivíduos que julgam não ter sido representados de forma imparcial pelas categorias de autores e editores. Esse caso pode levar anos para encerrar seu percurso pelos tribunais. Enquanto isso, o Google seguirá digitalizando; e, enquanto a situação legal for evoluindo, a empresa poderá conceber novas revisões do acordo (GBS 3.0, GBS 4.0 etc.). O público terá de estudar todas as versões para se manter atualizado sobre as regras do jogo enquanto ele está sendo jogado. Quem sairá vencedor no final não interessa apenas aos possíveis empreendedores interessados em competir com o Google, mas a todos que se importam com livros, ainda que o público esteja reduzido ao papel de espectador.
Como passo inicial rumo a uma solução definitiva, o texto entregue em 13 de novembro sugere até onde o Google está disposto a modificar o acordo original. O porta-voz da empresa saudou a versão revista como detentora de todos os benefícios e nenhum dos defeitos que se poderia esperar. Segundo Dan Clancy, diretor de tecnologia do Google Books, “o Google continua muito empolgado com esse acordo [...]. Ansiamos por seguir trabalhando com detentores de direitos em todo o planeta, de modo a cumprir nossa missão duradoura de ampliar o acesso a todos os livros do mundo”.
Os argumentos favoráveis ao acordo revisto, porém, vieram do Google e dos reclamantes que se tornarão seus colaboradores, caso ele seja aprovado. Para ter uma ideia dos argumentos contrários, basta analisar os memorandos e relatórios independentes entregues ao tribunal antes de 9 de novembro. (Os textos destes documentos podem ser consultados em http://dockets.justia.com/docket/court-nysdce/case_no-1:2005cv08136/case_id 273913.) Os protestos europeus são os mais reveladores. Embora se concentrem em questões de especial importância para os estrangeiros — acima de tudo, a incompatibilidade entre ações populares coletivas americanas e a proteção dos direitos autorais de não americanos —, demonstram como o acordo foi visto de uma perspectiva distante.
Os governos da França e da Alemanha enviaram memorandos exortando o tribunal a rejeitar o acordo “integralmente”, ou pelo menos os termos que se aplicam aos seus cidadãos. Longe de enxergar qualquer possível benefício público, eles condenaram o documento por criar um “poder concentrado e livre de controle” sobre a digitalização de uma quantidade imensa de literatura (de acordo com o memorando francês), e por fazê-lo (segundo os alemães) mediante um acordo “com motivações comerciais” e negociado “em segredo [...] atrás de portas fechadas pelas três partes interessadas: a Authors Guild, a Association of American Publishers e a Google, Inc.”.
Num contraste com o caráter comercial do empreendimento do Google, ambos os governos enfatizaram os valores mais elevados representados por suas literaturas nacionais. Os franceses abrem seu memorando invocando Pascal, Descartes, Molière, Racine e outros autores, até chegarem a Camus e Sartre, enquanto os alemães evocam a linhagem que vai de Goethe e Schiller até Heinrich Böll e Günter Grass. Os dois países citam o escore de seus ganhadores do prêmio Nobel de literatura (dezesseis para a França, doze para a Alemanha) e ambos sustentam seu caso com outras indicações de princípios elevados. Os alemães relembraram Gutenberg e sua contribuição à “difusão da ciência e da cultura”. Os franceses citaram a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789, e a Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, para defender o princípio do “livre acesso à informação” ameaçado pelo “monopólio de facto” do Google.
É um espetáculo curioso: governos estrangeiros defendendo uma noção europeia de cultura contra as investidas capitalistas de uma empresa americana e apresentando seu caso perante o juiz Denny Chin, do Tribunal Distrital do Distrito Sul de Nova York. É difícil imaginar o que o juiz Chin, que cresceu na Hell’s Kitchen numa família pobre de imigrantes chineses (e ganhou bolsa para a Universidade de Princeton), achou de tudo isso. Não revelou suas intenções em 13 de novembro, nem marcou uma audiência.
Recorrendo aos trunfos culturais, os franceses enfatizaram o caráter único do livro, “um produto diferente dos outros”, e seu poder de capturar a criatividade, enriquecer a civilização e promover a diversidade, que, segundo eles, seria prejudicado pelo compromisso do Google com a comercialização. Os alemães falaram em nome da “terra dos poetas e pensadores”, mas enfatizaram sobretudo o direito à privacidade, que segundo eles poderia ser ameaçada se o Google armazenasse dados sobre quem lê o quê. Ambos os governos listam em seguida uma série de argumentos complementares, quase os mesmos, palavra por palavra — e isso não é surpresa alguma, já que os dois países contrataram a mesma assessoria jurídica:
1. O acordo concede ao Google um possível monopólio sobre as obras órfãs, mesmo que a empresa não tenha direitos sobre seus copyrights.
2. A cláusula de exclusão voluntária, segundo a qual os autores aceitam tacitamente o acordo a não ser que notifiquem o Google do contrário, viola os direitos inerentes à condição de autor.
3. O acordo contém uma cláusula de favorecimento — isto é, um dispositivo que impede possíveis concorrentes de obterem termos melhores que os conquistados pelo Google em quaisquer novos usos comerciais de livros digitalizados. Os termos desses empreendimentos futuros serão determinados pelo Book Rights Registry, composto exclusivamente por representantes dos autores e editores. Esse registro cuidará dos copyrights e cooperará com o Google no estabelecimento de preços.
4. O acordo concede ao Google o poder de censurar seu banco de dados, excluindo até 15% das obras digitalizadas.
5. Suas diretrizes de preços promoverão os interesses comerciais do Google, e não o bem público, mediante o uso de algoritmos criados pelo Google conforme os métodos secretos do Google.
6. O acordo favorece o sigilo generalizado, ocultando procedimentos de auditoria, impedindo o comparecimento do público às reuniões onde o Google e o Book Rights Registry discutirão assuntos relativos a bibliotecas e até mesmo exigindo que o Google, autores e editores destruam todos os documentos relevantes ao consenso sobre o acordo.
Acima de tudo, franceses e alemães condenam o acordo por sancionar a “concentração de poder autocrática e descontrolada nas mãos de uma única entidade corporativa”, o que ameaça o “livre intercâmbio de ideias através da literatura”. Para reforçar seu argumento, assinalam que o Google obtém mais receita que muitos países — em 2008, foram 22 bilhões de dólares.
Em 7 de setembro, os mesmos argumentos foram apresentados numa audiência perante a Comissão Europeia pelas três mais importantes associações internacionais de bibliotecas: a International Federation of Library Associations (IFLA), a European Bureau of Library, Information and Documentation Associations (EBLIDA) e a Ligue des Bibliothèques Européennes de Recherche (LIBER). Em depoimentos quase idênticos, as três enfatizaram o risco de permitir que “uma proporção considerável do patrimônio mundial de livros em formato digital fique sob controle de uma única entidade corporativa”.
O imenso poder do Google deu o que pensar. As entidades imaginaram a perspectiva de uma biblioteca digital com 30 milhões de livros, que custaria 750 milhões de dólares, e concluíram que o Google ficaria bem próximo de conquistar a hegemonia no mundo dos livros. Assim, as associações fizeram um apelo à Comissão Europeia para que defendesse os interesses do público ao impedir que o Google abusasse de seu poder.
Algumas dessas associações enviaram declarações similares ao tribunal nova-iorquino, assim como centenas de outros grupos e indivíduos. Após a leitura desses documentos, percebemos uma sensação de alarme ganhando força e emergindo até a superfície da consciência coletiva. À medida que o dia 9 de novembro se aproximava, prometia ser realmente um dia fatídico, quando começaríamos a ver com mais clareza nosso futuro digital e encarar as forças que poderiam determiná-lo.
E onde estava o Departamento de Justiça no debate ocorrido nos meses anteriores a novembro? Ele também entregou um memorando para a apreciação do tribunal. Após meses investigando possíveis violações da legislação antitruste, o órgão apontou dois sérios problemas: a possibilidade de acordos horizontais entre autores e editores para restringir a concorrência de preços e a restrição mais ampla à concorrência representada pelos direitos exclusivos obtidos de facto pelo Google sobre a distribuição digital de obras órfãs. Os concorrentes teriam seu acesso a milhões de órfãs negado, segundo o memorando, por não contarem com a imunidade que o acordo reserva ao Google no caso de ações judiciais. Além disso, a cláusula de favorecimento impediria todos os concorrentes de obterem termos mais vantajosos que os obtidos pelo Google, mesmo se conseguissem reunir um banco de dados atraente. Em vez de discorrer longamente, à moda europeia, sobre os riscos para o patrimônio literário mundial, o Departamento de Justiça fez um alerta sobre algo concreto: “o risco de estrangulamento do mercado”.
E o que fazer? Longe de parecer hostil ao Google Book Search, o Departamento de Justiça reconheceu seu potencial de promoção do bem público e anunciou: “Os Estados Unidos não desejam que a oportunidade ou o ímpeto se percam”. Assim, o memorando pode ser lido como prescrição de um modo de salvar o acordo. Concentrou-se nas cláusulas mais debatidas — relativas aos aproximadamente 7 milhões de livros fora de catálogo mas ainda sob copyright, especialmente as obras órfãs — e sugeriu as seguintes mudanças:
1. Requerer que os detentores de direitos de livros fora de catálogo participem do acordo manifestando voluntariamente sua adesão, em vez de supor que eles concordam em participar se não optarem pelo contrário. Essa inversão removeria das mãos do Google o controle dos livros cujos detentores dos direitos não puderem ser identificados ou não se manifestarem.
2. Não distribuir os lucros da venda dos livros órfãos entre as partes envolvidas no acordo (Google, autores e editores), mas usar o dinheiro para financiar uma busca minuciosa pelos detentores desconhecidos e estender a investigação por um longo período de tempo.
3. Indicar responsáveis pelos interesses dos detentores de direitos das obras órfãs junto ao registro.
4. Encontrar algum mecanismo através do qual possíveis concorrentes do Google possam obter acesso a obras órfãs sem ficarem expostos a processos por violação de copyright. Presume-se que isso precisaria ser legislado pelo Congresso.
5. Impedir que o Google utilize obras fora de catálogo em novos produtos comerciais sem a permissão dos detentores dos direitos.
O Departamento de Justiça afirmou que continuaria investigando possíveis violações da legislação antitruste, e concluiu com um imperativo inequívoco: “Este tribunal deveria rejeitar o acordo proposto em sua forma atual [...]”. Mas suas recomendações para a melhoria do acordo não vão muito longe — nem chegam perto do que foi sugerido pelos governos da França e da Alemanha, entre muitos outros críticos. O órgão não fez comentários sobre a necessidade de monitorar preços, proteger a privacidade, prevenir a censura, oferecer representatividade para o público junto ao registro e exigir que os dados secretos do Google sejam revelados na íntegra. Ele pode ter encorajado o juiz Chin a ter uma visão mais ampla do acordo, mas não chegou a escancarar a porta.
O acordo revisto, ou GBS 2.0, divulgado em 13 de novembro, deixa transparecer que o Google e os reclamantes se inspiraram no memorando do Departamento de Justiça. Em uma nítida concessão às críticas deste, o GBS 2.0 determina que o Book Rights Registry incluirá um responsável indicado pelo tribunal para representar os detentores de direitos sobre livros órfãos. Mas não prevê a adesão voluntária como novo padrão — ou seja, o GBS 2.0 supõe que qualquer detentor de direitos sobre um livro fora de catálogo aceita os termos do acordo a menos que manifeste intenção contrária. Como milhões de livros, em sua maioria obras órfãs, se encaixam nesta categoria em que os detentores dos direitos são difíceis de identificar, somente o Google teria imunidade no caso de ações legais movidas por quaisquer detentores que possam se manifestar — e o risco de litígio, que pode facilmente chegar a 150 mil dólares por título, bastaria para impedir qualquer concorrente de entrar no mercado. Em vez de fornecer uma solução para o problema das obras órfãs, o GBS 2.0 deixa o Google no comando de sua comercialização, a menos que o Congresso legisle em sentido o contrário.
Quanto à receita das vendas de livros órfãos, o GBS 2.0 acata a orientação do Departamento de Justiça. Em vez de ir para o Google e os reclamantes, o dinheiro será investido em iniciativas para procurar os detentores de direitos não identificados; e, após serem retidos por dez anos, os fundos serão distribuídos para instituições de caridade escolhidas pela Justiça.
O GBS 2.0 também aceita a recomendação do órgão ao abandonar a cláusula de favorecimento. Os concorrentes estariam livres para licenciar obras fora de catálogo em empreendimentos de varejo — isto é, vender obras individuais a consumidores —, ainda que o Google mantenha controle exclusivo sobre as assinaturas institucionais ao seu gigantesco banco de dados.
Ainda não está claro como o preço dessas assinaturas seria determinado. O GBS 2.0 tem alguns trechos explicando o funcionamento de seu algoritmo de preços, mas não prevê nenhum mecanismo eficaz para prevenir aumentos excessivos, nenhuma cláusula acenando para um compromisso de cessação de práticas anticompetitivas que permita o monitoramento de preços por uma autoridade pública e nenhuma forma de proteger o público de preços abusivos se o Google for adquirido no futuro por especuladores predatórios.
Assim sendo, em essência o GBS 2.0 não difere do GBS 1.0. O acordo praticamente ignora as objeções dos governos estrangeiros, exceto num ponto crucial: atende em parte a seus protestos ao limitar o escopo do GBS a livros publicados nos Estados Unidos e países com sistemas legais semelhantes — isto é, Reino Unido, Canadá e Austrália. O Google não disponibilizará livros publicados em países como França e Alemanha, e lhes concederá representação junto ao registro para que seus interesses sejam protegidos. Ainda é preciso esclarecer a proporção de obras órfãs que serão excluídas do acordo por essa concessão.
Seriam essas concessões suficientes para aplacar os críticos do Google que não pertencem ao Departamento de Justiça nem às partes envolvidas no acordo? Provavelmente não, a julgar por uma declaração publicada em 13 de novembro pela Open Book Alliance, cujos membros incluem Microsoft, Amazon e Yahoo:
“Ao realizar modificações cosméticas, a AAP [Association of American Publishers] e a AG [Authors Guild] tentam distrair as pessoas de seus esforços contínuos para estabelecer um monopólio sobre acesso e distribuição de conteúdo digital; usurpar o papel do Congresso em determinar políticas de direitos autorais; prender autores em seu indesejado registro, anulando direitos estabelecidos em contratos individuais; colocar em risco os orçamentos das bibliotecas e a privacidade dos usuários; e estabelecer um precedente arriscado ao fazer uso indevido do processo de ações coletivas.”
Qual, então, é a perspectiva para o futuro? Não se pode prever o que acontecerá com o acordo em sua viagem pelos tribunais; mas, se levarmos em consideração o bem público, podemos imaginar duas soluções gerais — uma máxima, outra mínima — para os problemas levantados pelo GBS.
A solução mais ambiciosa transformaria o banco de dados digital do Google numa biblioteca verdadeiramente pública. Isso, é claro, exigiria a intervenção do Congresso, uma ação que causaria uma ruptura definitiva no hábito americano de decidir questões públicas mediante ações judiciais privadas. A legislação precisaria resolver problemas subsidiários — como ajustar o copyright, lidar com as obras órfãs e compensar o Google por seus investimentos em digitalização —, mas teria a vantagem de esclarecer um panorama legal confuso e conceder ao povo americano aquilo que ele merece: uma biblioteca digital nacional digna das necessidades do século XXI. Mas não está claro como o Google reagiria a esse tipo de operação.
Se a intervenção estatal for considerada excessivamente contrária ao temperamento americano, uma solução mínima poderia ser desenvolvida para o setor privado. O Congresso precisaria intervir com legislação para proteger de litígios a digitalização de obras órfãs, mas não precisaria apropriar fundos. Em vez disso, o financiamento poderia vir de uma coalizão de fundações. Digitalização, preservação e distribuição mediante acesso livre poderiam ser realizadas por uma organização sem fins lucrativos como o Internet Archive, um grupo criado como biblioteca digital de textos, imagens e arquivos de páginas da web. Para evitar conflitos de interesse com o mercado comercial vigente, o banco de dados incluiria somente livros em domínio público e obras órfãs. O recorte de tempo aumentaria à medida que os copyrights expirassem, e poderia incluir uma cláusula de inclusão voluntária para detentores de direitos de livros fora de catálogo mas ainda sob copyright.
Não é preciso ter pressa. Num ritmo de 1 milhão de livros por ano, dentro de uma década teríamos uma biblioteca imensa, gratuita e acessível a qualquer pessoa. E o trabalho precisaria ser realizado corretamente, sem nenhuma das páginas faltantes, imagens danificadas, edições defeituosas, ilustrações excluídas, censuras e catalogações equivocadas que mancham a iniciativa do Google. Bibliógrafos — que parecem ter um papel mínimo ou inexistente na digitalização do Google — dirigiriam as operações, em conjunto com os especialistas em computação. Bibliotecários colaborariam com ambos de modo a garantir a conservação dos livros, outro ponto fraco do GBS, pois o Google não se compromete a preservar seu corpus, e textos digitalizados facilmente se degradam ou se tornam inacessíveis.
Esse processo de digitalização poderia receber subsídios como parte do estímulo econômico do governo Obama a um custo total razoável, talvez 750 milhões de dólares, diluídos entre dez e vinte anos. A biblioteca digital nacional poderia ser composta exclusivamente pelo acervo da Biblioteca do Congresso ou, se não for possível, pelos acervos das bibliotecas de pesquisa que ainda não abriram todas as suas coleções ao Google.
Outras soluções talvez possam ser desenvolvidas. Se a audiência no tribunal não resolveu o problema do Google Book Search em 13 de novembro, pelo menos teve o potencial de concentrar mentes e estimular o debate público. Já concordamos que algo precisa ser feito para melhorar a saúde do país. Por que não fazer algo para enriquecer sua cultura?

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'Eletrônicos duram 10 anos; livros, 5 séculos'

http://www.estadao.com.br/noticias/arteelazer,eletronicos-duram-10-anos-livros-5-seculos-diz-umberto-eco,523700,0.htm

'Eletrônicos duram 10 anos; livros, 5 séculos', diz Umberto Eco
Ensaísta e escritor italiano fala em entrevista exclusiva de seu novo trabalho, 'Não Contem com o Fim do Livro'
13 de março de 2010 | 9h 33
Ubiratan Brasil, enviado especial

O bom humor parece ser a principal característica do semiólogo, ensaísta e escritor italiano Umberto Eco. Se não, é a mais evidente. Ao pasmado visitante, boquiaberto diante de sua coleção de 30 mil volumes guardados em seu escritório/residência em Milão, ele tem duas respostas prontas quando é indagado se leu toda aquela vastidão de papel. "Não. Esses livros são apenas os que devo ler na semana que vem. Os que já li estão na universidade" - é a sua preferida. "Não li nenhum", começa a segunda. "Se não, por que os guardaria?"

Andrea Barbiroli/AE


Umberto Eco assina novo trabalho em parceria com o roteirista francês Jean-Claude Carrière

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Veja fotos e ouça trecho da entrevista concedida por Umberto Eco
Na verdade, a coleção é maior, beira os 50 mil volumes, pois os demais estão em outra casa, no interior da Itália. E é justamente tal paixão pela obra em papel que convenceu Eco a aceitar o convite de um colega francês, Jean-Phillippe de Tonac, para, ao lado de outro incorrigível bibliófilo, o escritor e roteirista Jean-Claude Carrière, discutir a perenidade do livro tradicional. Foram esses encontros ("muito informais, à beira da piscina e regados com bons uísques", informa Umberto Eco) que resultaram em Não Contem Com o Fim do Livro, que a editora Record lança na segunda quinzena de abril.
A conclusão é óbvia: tal qual a roda, o livro é uma invenção consolidada, a ponto de as revoluções tecnológicas, anunciadas ou temidas, não terem como detê-lo. Qualquer dúvida é sanada ao se visitar o recanto milanês de Eco, como fez o Estado na última quarta-feira. Localizado diante do Castelo Sforzesco, o apartamento - naquele dia soprado por temperaturas baixíssimas, a neve pesada insistindo em embranquecer a formidável paisagem que se avista de sua sacada - encontra-se em um andar onde antes fora um pequeno hotel. "Se eram pouco funcionais para os hóspedes, os longos corredores são ótimos para mim pois estendo aí minhas estantes", comenta o escritor, com indisfarçável prazer, ao apontar uma linha reta de prateleiras repletas que não parecem ter fim. Os antigos quartos? Transformaram-se em escritórios, dormitórios, sala de jantar, etc. O mais desejado, no entanto, é fechado a chave, climatizado e com uma janela que veda a luz solar: lá estão as raridades, obras produzidas há séculos, verdadeiros tesouros. Isso mesmo: tesouros de papel.
Conhecido tanto pela obra acadêmica (é professor aposentado de semiótica, mas ainda permanece na ativa na Faculdade de Bolonha) como pelos romances (O Nome da Rosa, publicado em 1980, tornou-se um best-seller mundial), Eco é um colecionador nato; além de livros, gosta também de selos, cartões-postais, rolhas de champanhe. Na sala de seu apartamento, estantes de vidro expõem tantos os livros raros - que, no momento, lideram sua preferência - como conchas, pedras, pedaços de madeira. As paredes expõem quadros que Eco arrematou nas visitas que fez a vários países ou que simplesmente ganhou de amigos - caso de Mário Schenberg (1914-1990), físico, político e crítico de arte brasileiro, de quem o escritor guarda as melhores recordações.
Aos 78 anos, Eco - que tem relançado no País Arte e Beleza na Estética Medieval (Record, 368 págs., R$ 47,90, tradução de Mario Sabino) - exibe uma impressionante vitalidade. Diverte-se com todo tipo de cinema (ao lado de seu aparelho de DVD repousa uma cópia da animação Ratatouille), mantém contato com seus alunos em Bolonha, escreve artigos para jornais e revistas e aceita convites para organizar exposições, como a que o transformou, no ano passado, em curador, no Museu do Louvre, em Paris. Lá, o autor teve o privilégio de passear sozinho pelos corredores do antigo palácio real francês nos dias em que o museu está fechado. E, como um moleque levado, aproveitou para alisar o bumbum da Vênus de Milo. Foi com esse mesmo espírito bem-humorado que Eco - envergando um elegante terno azul-marinho, que uma revolta gravata da mesma cor tratava de desalinhar; o rosto sem a característica barba grisalha (raspada religiosamente a cada 20 anos e, da última vez, em 2009, também porque o resistente bigode preto o fazia parecer Gengis Khan nas fotos) - conversou com a reportagem do Sabático.
O livro não está condenado, como apregoam os adoradores das novas tecnologias?
O desaparecimento do livro é uma obsessão de jornalistas, que me perguntam isso há 15 anos. Mesmo eu tendo escrito um artigo sobre o tema, continua o questionamento. O livro, para mim, é como uma colher, um machado, uma tesoura, esse tipo de objeto que, uma vez inventado, não muda jamais. Continua o mesmo e é difícil de ser substituído. O livro ainda é o meio mais fácil de transportar informação. Os eletrônicos chegaram, mas percebemos que sua vida útil não passa de dez anos. Afinal, ciência significa fazer novas experiências. Assim, quem poderia afirmar, anos atrás, que não teríamos hoje computadores capazes de ler os antigos disquetes? E que, ao contrário, temos livros que sobrevivem há mais de cinco séculos? Conversei recentemente com o diretor da Biblioteca Nacional de Paris, que me disse ter escaneado praticamente todo o seu acervo, mas manteve o original em papel, como medida de segurança.
Qual a diferença entre o conteúdo disponível na internet e o de uma enorme biblioteca?
A diferença básica é que uma biblioteca é como a memória humana, cuja função não é apenas a de conservar, mas também a de filtrar - muito embora Jorge Luis Borges, em seu livro Ficções, tenha criado um personagem, Funes, cuja capacidade de memória era infinita. Já a internet é como esse personagem do escritor argentino, incapaz de selecionar o que interessa - é possível encontrar lá tanto a Bíblia como Mein Kampf, de Hitler. Esse é o problema básico da internet: depende da capacidade de quem a consulta. Sou capaz de distinguir os sites confiáveis de filosofia, mas não os de física. Imagine então um estudante fazendo uma pesquisa sobre a 2.ª Guerra Mundial: será ele capaz de escolher o site correto? É trágico, um problema para o futuro, pois não existe ainda uma ciência para resolver isso. Depende apenas da vivência pessoal. Esse será o problema crucial da educação nos próximos anos.
Não é possível prever o futuro da internet?
Não para mim. Quando comecei a usá-la, nos anos 1980, eu era obrigado a colocar disquetes, rodar programas. Hoje, basta apertar um botão. Eu não imaginava isso naquela época. Talvez, no futuro, o homem não precise escrever no computador, apenas falar e seu comando de voz será reconhecido. Ou seja, trocará o teclado pela voz. Mas realmente não sei.
Como a crescente velocidade de processar dados de um computador poderá influenciar a forma como absorvemos informação?
O cérebro humano é adaptável às necessidades. Eu me sinto bem em um carro em alta velocidade, mas meu avô ficava apavorado. Já meu neto consegue informações com mais facilidade no computador do que eu. Não podemos prever até que ponto nosso cérebro terá capacidade para entender e absorver novas informações. Até porque uma evolução física também é necessária. Atualmente, poucos conseguem viajar longas distâncias - de Paris a Nova York, por exemplo - sem sentir o desconforto do jet lag. Mas quem sabe meu neto não poderá fazer esse trajeto no futuro em meia hora e se sentir bem?
É possível existir contracultura na internet?
Sim, com certeza, e ela pode se manifestar tanto de forma revolucionária como conservadora. Veja o que acontece na China, onde a internet é um meio pelo qual é possível se manifestar e reagir contra a censura política. Enquanto aqui as pessoas gastam horas batendo papo, na China é a única forma de se manter contato com o restante do mundo.
Em um determinado trecho de 'Não Contem Com o Fim do Livro', o senhor e Jean-Claude Carrière discutem a função e preservação da memória - que, como se fosse um músculo, precisa ser exercitada para não atrofiar.
De fato, é importantíssimo esse tipo de exercício, pois estamos perdendo a memória histórica. Minha geração sabia tudo sobre o passado. Eu posso detalhar sobre o que se passava na Itália 20 anos antes do meu nascimento. Se você perguntar hoje para um aluno, ele certamente não saberá nada sobre como era o país duas décadas antes de seu nascimento, pois basta dar um clique no computador para obter essa informação. Lembro que, na escola, eu era obrigado a decorar dez versos por dia. Naquele tempo, eu achava uma inutilidade, mas hoje reconheço sua importância. A cultura alfabética cedeu espaço para as fontes visuais, para os computadores que exigem leitura em alta velocidade. Assim, ao mesmo tempo que aprimora uma habilidade, a evolução põe em risco outra, como a memória. Lembro-me de uma maravilhosa história de ficção científica escrita por Isaac Asimov, nos anos 1950. É sobre uma civilização do futuro em que as máquinas fazem tudo, inclusive as mais simples contas de multiplicar. De repente, o mundo entra em guerra, acontece um tremendo blecaute e nenhuma máquina funciona mais. Instala-se o caos até que se descobre um homem do Tennessee que ainda sabe fazer contas de cabeça. Mas, em vez de representar uma salvação, ele se torna uma arma poderosa e é disputado por todos os governos - até ser capturado pelo Pentágono por causa do perigo que representa (risos). Não é maravilhoso?
No livro, o senhor e Carrière comentam sobre como a falta de leitura de alguns líderes influenciou suas errôneas decisões.
Sim, escrevi muito sobre informação cultural, algo que vem marcando a atual cultura americana que parece questionar a validade de se conhecer o passado. Veja um exemplo: se você ler a história sobre as guerras da Rússia contra o Afeganistão no século 19, vai descobrir que já era difícil combater uma civilização que conhece todos os segredos de se esconder nas montanhas. Bem, o presidente George Bush, o pai, provavelmente não leu nenhuma obra dessa natureza antes de iniciar a guerra nos anos 1990. Da mesma forma que Hitler devia desconhecer os relatos de Napoleão sobre a impossibilidade de se viajar para Moscou por terra, vindo da Europa Ocidental, antes da chegada do inverno. Por outro lado, o também presidente americano Roosevelt, durante a 2.ª Guerra, encomendou um detalhado estudo sobre o comportamento dos japoneses para Ruth Benedict, que escreveu um brilhante livro de antropologia cultural, O Crisântemo e a Espada. De uma certa forma, esse livro ajudou os americanos a evitar erros imperdoáveis de conduta com os japoneses, antes e depois da guerra. Conhecer o passado é importante para traçar o futuro.
Diversos historiadores apontam os ataques terroristas contra os americanos em 11 de setembro de 2001 como definidores de um novo curso para a humanidade. O senhor pensa da mesma forma?
Foi algo realmente modificador. Na primeira guerra americana contra o Iraque, sob o governo de Bush pai, havia um confronto direto: a imprensa estava lá e presenciava os combates, as perdas humanas, as conquistas de território. Depois, em setembro de 2001, se percebeu que a guerra perdera a essência de confronto humano direto - o inimigo transformara-se no terrorismo, que podia se personificar em uma nação ou mesmo nos vizinhos do apartamento ao lado. Deixou de ser uma guerra travada por soldados e passou para as mãos dos agentes secretos. Ao mesmo tempo, a guerra globalizou-se; todos podem acompanhá-la pela televisão, pela internet. Há discussões generalizadas sobre o assunto.
Falando agora sobre sua biblioteca, é verdade que ela conta com 50 mil volumes?
Sim, de uma forma geral. Nesse apartamento em Milão, estão apenas 30 mil - o restante está no interior da Itália, onde tenho outra casa. Mas sempre me desfaço de algumas centenas, pois, como disse antes, é preciso fazer uma filtragem.
Por que o senhor impediu sua secretária de catalogá-los?
Porque a forma como você organiza seus livros depende da sua necessidade atual. Tenho um amigo que mantém os seus em ordem alfabética de autores, o que é absolutamente estúpido, pois a obra de um historiador francês vai estar em uma estante e a de outro em um lugar diferente. Eu tenho aqui literatura contemporânea separada por ordem alfabética de países. Já a não contemporânea está dividida por séculos e pelo tipo de arte. Mas, às vezes, um determinado livro pode tanto ser considerado por mim como filosófico ou de estética da arte; depende do motivo da minha pesquisa. Assim, reorganizo minha biblioteca segundo meus critérios e somente eu, e não uma secretária, pode fazer isso. Claro que, com um acervo desse tamanho, não é fácil saber onde está cada livro. Meu método facilita, eu tenho boa memória, mas, se algum idiota da família retira alguma obra de um lugar e a coloca em outro, esse livro está perdido para sempre. É melhor comprar outro exemplar (risos).
Um estudioso que também é seu amigo, Marshall Blonsky, escreveu certa vez que existe de um lado Umberto, o famoso romancista, e de outro Eco, professor de semiótica.
E ambos sou eu (risos). Quando escrevo romances, procuro não pensar em minhas pesquisas acadêmicas - por isso, tiro férias. Mesmo assim, leitores e críticos traçam diversas conexões, o que não discuto. Lembro de que, quando escrevia O Pêndulo de Foucault, fiz diversas pesquisas sobre ciência oculta até que, em um determinado momento, elas atingiram tal envergadura que temi uma teorização exagerada no romance. Então, transformei todo o material em um curso sobre ciência oculta, o que foi muito bem-feito.
Por falar em 'O Pêndulo de Foucault', comenta-se que o senhor antecipou em muito tempo O Código de Da Vinci, de Dan Brown.
Quem leu meu livro sabe que é verdade. Mas, enquanto são os meus personagens que levam a sério esse ocultismo barato, Dan Brown é quem leva isso a sério e tenta convencer os leitores de que realmente é um assunto a ser considerado. Ou seja, fez uma bela maquiagem. Fomos apresentados neste ano em uma première do Teatro Scala e ele assim se apresentou: "O senhor não me admira, mas eu gosto de seus livros." Respondi: Não é que eu não goste de você - afinal, eu criei você (risos).
Em seu mais conhecido romance, O Nome da Rosa, há um momento em que se discute se Jesus chegou a sorrir. É possível pensar em senso de humor quando se trata de Deus?
De acordo com Baudelaire, é o Diabo quem tem mais senso de humor (risos). E, se Deus realmente é bem-humorado, é possível entender por que certos homens poderosos agem de determinada maneira. E se ainda a vida é como uma história contada por um idiota, cheia de som e fúria, como Shakespeare apregoa em Macbeth, é preciso ainda mais senso de humor para entender a trajetória da humanidade.
Como foi a exposição no Museu do Louvre, em Paris, da qual o senhor foi curador, no ano passado?
Há quatro anos, o museu reserva um mês para um convidado (Toni Morrison foi escolhida certa vez) organizar o que bem entender. Então, me convidaram e eu respondi que queria fazer algo sobre listas. "Por quê?", perguntaram. Ora, sempre usei muitas listas em meus romances - até pensei em escrever um ensaio sobre esse hábito. Bem, quando se fala em listas na cultura, normalmente se pensa em literatura. Mas, como se trata de um museu, decidi elaborar uma lista visual e musical, essa sugerida pela direção do Louvre. Assim, tive o privilégio (que não foi oferecido a Dan Brown) de visitar o museu vazio, às terças-feiras, quando está fechado. E pude tocar a bunda da Vênus de Milo (risos) e admirar a Mona Lisa a apenas 20 centímetros de distância.
O senhor esteve duas vezes no Brasil, em 1966 e 1979. Que recordações guarda dessas visitas?
Muitas. A primeira, em São Paulo, onde dei algumas aulas na Faculdade de Arquitetura (da USP), que originaram o livro A Estrutura Ausente. Já na segunda fui acompanhado da família e viajamos de Manaus a Curitiba. Foi maravilhoso. Lembro-me de meu editor na época pedindo para eu ficar para o carnaval e assistir ao desfile das escolas de samba de camarote, o que não pude atender. E também me recordo de imagens fortes, como a da moça que cai em transe em um terreiro (para o qual fui levado por Mario Schenberg) e que reproduzo em O Pêndulo de Foucault.